18/04/2018

Água

O cultivo de cogumelos é uma atividade que depende (muito) da água. Para o shiitake, a umidade relativa do ar precisa ser mantida em pelo menos 50% durante a incubação para que esta se dê de forma satisfatória. Na Mata Atlântica o cultivo de shiitake costuma ocorrer de forma rústica, em toras, à sombra de florestas úmidas (no nosso índice de produtores, procure pelo termo chave “incubação ao ar livre” para ver alguns exemplos). Lá chove durante o ano todo e é praticamente impossível que a umidade relativa do ar alcance valores inferiores a 50%. Assim, a questão da água não chega a ser um problema para o produtor.

Nós não estamos na Mata Atlântica, estamos no Cerrado, onde a sazonalidade das chuvas e, por consequência, da umidade relativa do ar, é grande; ficamos 6 meses por ano sem chuva, quando a umidade relativa do ar chega a cair para 19%.

O gráfico a seguir mostra as normais climatológicas de Brasília, onde vai ocorrer a nossa produção, para a umidade relativa do ar.



Esse outro gráfico mostra as umidades mínimas históricas registradas para Brasília, mês a mês.


A fonte dos dados usados para fazer esse gráfico é o Inmet.

Naturalmente, esse clima inviabiliza o cultivo do shiitake em toras ao ar livre e por isso teremos que criar artificialmente as condições necessárias. Assim, tanto a incubação, quanto a frutificação e o descanso das nossas toras deverão ocorrer em um espaço onde possamos controlar, principalmente, a umidade, e também a temperatura e a ventilação (no nosso índice de produtores, procure pelo termo chave “incubação em galpão” para ver alguns exemplos).

A alternativa para esse modelo é encontrar uma mata de galeria, que, por suas características (árvores sempre-verdes em associação com córregos) proporciona um ambiente interessante para a incubação de shiitake em toras: sombra e alta umidade relativa o ano todo. Esse tipo de ambiente elimina a necessidade de manejar a umidade relativa, mas ainda demanda a realização periódica de regas.


Fonte: http://pontobiologia.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/09/fitofisionomia-do-cerrado.gif

Para adicionar um pouquinho mais de complexidade nesse cenário, o DF vive uma crise de abastecimento de água. A partir desse contexto, uma das nossas preocupações, que se converteu em um dos nossos eixos de estudos mais importantes, é como lidar com a água, minimizando desperdícios. Nesse sentido, a primeira questão a ser respondida é: quanto de água precisaremos? A segunda é: como consegui-la?


Referências:

http://rederama.com.br/wp-content/uploads/2017/12/e-book-Produ%C3%A7%C3%A3o-do-Shiitake-e-Hiratake.pdf

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